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Oportunidade em outro país/cidade: o que avaliar?

 

Aceitar uma oportunidade de trabalho em outra cidade, ou mesmo outro país, pode ser a chance de mudança na carreira e a certeza de encontrar desafios pela frente. Diante do cenário político/econômico repleto de incertezas e com as possibilidades crescentes de atuação em outros países, profissionais têm recebido propostas para trabalhar em outras localidades, visando novos desafios em suas carreiras.

 

De início, a proposta até pode ser encantadora, mas é preciso analisá-la com cuidado antes de qualquer movimentação. Isso porque o processo de expatriação tem se tornado prática constante, mas exige cautela do profissional ao tomar a decisão, uma vez que envolve diferenças culturais, distância da família e ainda,  dificuldade com a língua.

 

Convidado para atuar no Brasil, Francisco Bartolozzi, gerente comercial do Uno Internacional (empresa da Santillana Brasil), antes de sair da Venezuela, avaliou bem as possibilidades, que segundo ele, exigiram desprendimento e resiliência. “Aceitei o desafio acreditando na possibilidade de crescimento dentro da empresa. Para isso, optei por deixar minha carreira construída ao longo de 20 anos para representar a qualidade do meu trabalho no Brasil. Deixei o meu cargo de diretor comercial para assumir, no Brasil, uma vaga de consultor comercial, e hoje, depois de quatro anos no País, já conquistei a posição de gerente comercial”, enfatiza.

 

Para Bartolozzi, o risco foi calculado pois acreditava na oportunidade de crescimento e que, com força de vontade e empenho, poderia reconquistar sua antiga posição. Mas, para obter sucesso, ele precisou enfrentar alguns desafios como lidar com a ausência de sua família (ficou afastado por quase dois anos) e também as dificuldades com a língua. “Nestes quatro anos que estou no Brasil já morei em cinco estados e senti muita diferença entre as regiões do País. Os primeiros seis meses, para falar, foram difíceis. Mas estou feliz e agradecido com a decisão que tomei”, avalia.

 

Não existe uma resposta exata sobre qual é o melhor caminho, no entanto, o profissional pode se fazer algumas perguntas, como: Quais são os riscos e as garantias dessa decisão? Qual é o meu plano de carreira? Ou, ainda, se a oportunidade já está estruturada ou terá que começar do zero? Para Bartolozzi, entretanto, existem algumas dicas de sucesso. “No primeiro momento, o profissional precisa avaliar se vale a pena a proposta e se optar por ir, vá sozinho. É difícil, mas com foco, ganhando segurança e estabilidade, traga a família. Hoje meu filho de cinco anos está bem adaptado e fala melhor o português do que eu”, encerra.