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Mais de 50 anos: como voltar ao mercado de trabalho?

 

Não é de hoje que os profissionais têm enfrentado dificuldades para conquistar uma vaga no mercado de trabalho e para aqueles com mais de 50 anos, a busca pode ser ainda mais complicada. Mas, contrariando o senso comum, o mercado tem valorizado essas pessoas muito em razão do aumento da expectativa de vida, uma vez que hoje, uma pessoa com mais de 50 anos ainda é considerada jovem e produtiva.

 

Muitas vezes, os profissionais não valorizam sua capacidade ou, no sentido inverso, potencializam seu histórico profissional, passando a fazer diversas exigências no momento de buscar um novo emprego. E agindo dessa forma, naturalmente, encontram dificuldades de se recolocar no mercado. Especialistas afirmam que é preciso resiliência e estar disposto a participar de entrevistas para empregos temporários ou até mesmo aqueles que não interessem muito.

 

Um ponto que precisa de atenção, são os profissionais que construíram carreiras de mais de 20 anos em empresas e, ao sair, se deparam com a realidade do mercado e a falta de atualização. Outros, porém, optam por empreender e construir seu negócio, colocando em prática todo o conhecimento adquirido ao longo da vida.

 

O desafio existe, mas investindo em algumas dicas, os profissionais com mais de 50 anos podem ter sucesso e conquistar o desejado retorno ao mercado de trabalho. Confira:

 

  • Atualização – Participe de cursos e treinamentos na área, pois, além de renovar conhecimentos, são importantes fontes de relacionamento com novos contatos.
  • Online – Utilize a Internet a seu favor para aprender novas técnicas e estar sempre por dentro do que acontece na sua área.
  • Networking – Invista em perfis nas redes sociais como forma de estar em contato com pessoas já conhecidas e aumentar ainda mais a sua rede de relacionamento profissional.
  • Currículo – Elabore e mantenha o currículo revisado; explore sua trajetória profissional, enfatizando suas principais conquistas e seus desafios.
  • Aparência – O visual é o seu cartão de visita e para causar boa impressão, mantenha o cabelo arrumado, a barba e as unhas feitas.
  • Idade – Muitas vezes está relacionado ao seu estado de espírito, mas jamais minta a sua idade. Por isso, revele a sua experiência, esteja disposto a aprender e mostre que o empregador terá muitas vantagens ao contratá-lo. 

Salário menor: vale a pena aceitar?

 

Apreensivos em relação ao desemprego, muitos profissionais estão aceitando oportunidades de trabalho fora de suas áreas, e inclusive com exigências e salários menores. Isso porque, diante da atual situação política e econômica do Brasil, o mercado de trabalho tem sofrido, com reflexos nas vagas e no perfil dos candidatos. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de desemprego cresceu, só nos primeiros três meses de 2016, para 8,5%, considerada a média do ano passado.

 

Como resultado, muitos profissionais, contrariando sua própria vontade, estão se submetendo a oportunidades de trabalho para receber abaixo de sua categoria. De acordo com Sergio Rodrigo de Souza, coordenador de RH da Santillana Brasil, essa decisão deve ser bem avaliada. “Naturalmente, ninguém quer ficar sem trabalhar, mas, por estar muito tempo fora do mercado, o profissional acaba aceitando. O que deve, no entanto, ser avaliado, é se realmente vale a pena reduzir em até 50% o salário que se tinha”. Para ele, a opção pode impactar no momento de buscar nova oportunidade para ganhar o valor habitual.

 

Ainda de acordo com o coordenador de RH, as empresas estão oferecendo oportunidades com salários menores justamente para readequar suas finanças, diante da crise, e desta forma, manter-se ativas. “A companhia, para se manter competitiva, precisa remanejar e se adequar à realidade, o que afeta os salários dos colaboradores. Infelizmente, o profissional é a parte mais fraca e, em momentos de crise, diante do expressivo aumento de desempregados, é natural aceitar valor abaixo de sua categoria”, enfatiza.

 

O tema é árido e envolve diversas questões relacionadas às finanças, projetos de vida e, inclusive, de saúde. Mas cada pessoa deve avaliar suas necessidades e objetivos de vida, e caso seja preciso aceitar emprego com salário menor, Sergio endossa a escolha. “O profissional deve seguir o valor de referência de sua categoria, e pode aceitar uma redução de 10% a 20% do salário e voltar ao mercado”.

 

Há uma frase dita por Lenin, líder da revolução russa, que ilustra bem a situação e revela a importância de ceder para conquistar e, assim, progredir: “Um passo atrás para dar dois à frente”

Como lidar com a demissão?

 

Diante da atual situação política e econômica do Brasil, muitos profissionais estão apreensivos com relação à permanência em seus empregos. A onda de demissões e cortes tem avançado e, com isso, a iminência do desemprego, também. E lidar com esse cenário, tanto para os funcionários que veem seus empregos ameaçados quanto para os gestores, que têm a dura tarefa de demitir, tem sido o desafio para muitos profissionais.

 

Do lado dos líderes, não existe uma maneira mais fácil para dispensar alguém, pois a missão envolve fatores emocionais, financeiros e de carreira, mas, para os profissionais de RH, a saída é investir na transparência e sinceridade, ao informar sobre o desligamento.

 

Na Santillana Brasil, a demissão é o último recurso e, caso seja necessária, há um alinhamento entre o gestor, RH e também com a matriz da companhia. De acordo com Sergio Rodrigo de Souza, coordenador de RH, a empresa acredita que sinceridade e clareza, ao dispensar o funcionário, é o melhor caminho a ser seguido. “Demitir alguém é sempre uma tarefa muito difícil, mas sempre orientamos os gestores para que esclareçam o porquê do desligamento e deem um feedback final. O profissional precisa saber porque está sendo dispensado e, mais do que isso, precisa conhecer seus erros para que possa corrigi-los e evitar cometê-los numa futura oportunidade profissional”, enfatiza.

 

Já do lado do colaborador, caso a demissão se concretize, o profissional pode aproveitar o fato para sair da zona de conforto e investir em outros projetos, oportunidades, ou até mesmo empreender. É natural sentir medo diante das perspectivas futuras, mas é importante definir um “plano B” para enfrentar a situação.

 

Confira algumas dicas:

 

  • Invista no networking: procure sua rede de contatos e mantenha o relacionamento, mesmo antes da demissão.
  • Atualize-se: participe de cursos, treinamentos, eventos ligados à área para aprimorar os conhecimentos.
  • Crie oportunidades: se o emprego está difícil, aumente suas chances ao investir em um novo negócio. Para isso, estude segmentos, procure afinidades e capacite-se.