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A batalha diária pela atenção: como a nossa concentração se tornou motivo de disputa.

 

 

Do momento em que acordamos e começamos a realizar nossas tarefas diárias até a hora de dormir, após a longa jornada enfrentada durante o dia, cerca de 2.000 marcas diferentes nos impactam, em diversas medidas.  

 

Os estímulos estão em toda parte: nos celulares, nos pontos de ônibus, no rádio, na televisão, nos jornais, no transporte público, nos estacionamentos, nas camisas dos nossos times de futebol, etc. A disputa por um segundo da nossa atenção é intensa e cada vez mais acirrada.  

 

Mas não são apenas as marcas que lutam pelos nossos olhos e ouvidos. Nossos familiares, amigos e colegas de trabalho também se esforçam para encontrar uma brecha em nossas rotinas. E nós também batalhamos pela atenção alheia.  

 

Isso tudo sem contar com outros estímulos, como as buzinas dos automóveis, as obras no prédio vizinho, os guardas de trânsito, as notícias em tempo real, os cachorros latindo… ufa!  

 

A enchente de informações que nos invade a cada momento tem alterado a forma como nos relacionamos com o mundo. Cada vez temos menos capacidade de foco em uma só atividade.  

 

Estudos realizados pela Microsoft alertam para um dado preocupante: atualmente, a quantidade de tempo em que conseguimos dedicar nossa atenção a um assunto é de oito segundos. Isso significa que temos um menor poder de concentração que um peixe-dourado, que pode manter seu foco por até nove segundos.  

 

Na pesquisa, feita no Canadá, pessoas que utilizam mais aparelhos eletrônicos tiveram um pior desempenho. A conclusão é que a era do smartphone tem tido um impacto significativo sobre o cérebro humano.  

 

Essa constatação tem feito com que professores e palestrantes, por exemplo, mudem a duração de suas apresentações. Se pouco tempo atrás era possível falar por 50 minutos com um bom nível de concentração por parte do público, hoje em dia o foco cai substancialmente após 10 ou 20 minutos.  

 

Até mesmo cerimônias religiosas têm sido encurtadas para manter a atenção dos fieis em alta. As missas intermináveis em ritmo lento podem ter seus dias contados.   

 

Atenção seletiva  

Uma maneira de lidar com este problema é a prática da atenção seletiva, que permite que a pessoa filtre a informação que quer receber, mesmo que esteja rodeada de estímulos conflitantes. 

 

A atenção é um recurso limitado, então este processo pode ajudar a eliminar os detalhes sem importância e manter o foco na atividade que se quer desempenhar no momento. A atenção seletiva ajuda a combater a procrastinação e aumentar a produtividade no trabalho, por exemplo.  

 

O efeito coquetel pode ajudar a entender esta prática. Este fenômeno foi descrito por cientistas americanos como a capacidade do cérebro para concentrar-se em um determinado estímulo, ignorando os demais. Como em um coquetel, em que há muitos ruídos de fundo, mas nós nos atentamos a uma conversa de cada vez.  

 

Vale a pena começar a praticar a atenção seletiva. Os resultados são impressionantes. Você pode começar escolhendo uma área da sua vida em que sente que poderia estar mais concentrado, ou que tem objetivos claros a atingir.  

 

Observe seu desempenho nesta área. Que estímulos roubam sua atenção? Quanto tempo você consegue focar nesta atividade sem distrações? Quando fazemos uma análise do que nos tira o foco, é mais fácil corrigir esses erros.  

 

Na batalha diária pela atenção, ou assumimos uma postura ativa em relação ao que queremos realizar, ou perdemos nosso valioso tempo com o que não tem nenhuma importância.